O artista tem um papel importante na sociedade, o de tocar em assuntos e afetos através do lúdico, do improvável e do fantástico. É através da arte que criamos novos lugares, personas inusitados, sentimentos nunca antes vivenciados. O ato artístico possibilita ao público refletir a sociedade em que vive, respirar e almejar através da imaginação e sonhos a vida que se quer habitar.
Porém, como ser humano, fora do tablado ou espaço cênico ele compartilha de questões que assombram os nossos tempos, nossos corpos e nossas emoções. Na cena, ele tem que estar prontamente inteiro para levar emoção e mover a perspectiva de quem o assiste, fazendo-o questionar o que vivemos e, quem sabe, ir de encontro à esperança e ações que podem modificar o mundo positivamente.
Mas, e quando se esgotam as emoções do artista? E se a força que o leva ao palco acabasse e ele esvaziasse, ele deixa de ter arte dentro si?