25/10/2025 | 19h
Sesc Maringá
Rose, ex-técnica de enfermagem e detenta de uma penitenciária provisória para mães, ajuda as mulheres nos partos, nos cuidados com os filhos e a suportar o peso dos dias dentro das celas. Foi mãe dentro da penitenciária e conhece o cotidiano e os segredos desse labirinto. Aos poucos ganha a confiança de todo o pavilhão e da diretora do presídio, com quem tricota roupinhas de lã para os bebês quase todas as tardes. Tudo muda quando, durante um jogo da seleção brasileira, ela pega um molho de chaves em uma gaveta aberta.
Sobre os artistas
(São Paulo-SP)
Aysha Nascimento é atriz, dançarina, diretora de teatro, curadora e preparadora corporal. Formada pela Escola Livre de Teatro de Santo André e licenciada e bacharelada em Dança pela Universidade Anhembi Morumbi. Mestranda em Artes da Cena na Turma Especial/Laboratório em Artes e Mediação Cultural na Escola Superior de Artes Célia Helena em parceria com a Escola Itaú Cultural. Cofundadora da companhia de teatro de rua Cia. dos Inventivos e do grupo de teatro negro Coletivo Negro. Integrou como intérprete criadora a companhia de dança negra contemporânea Cia. Sansacroma e Núcleo Ajeum. Nos últimos anos, participou do elenco do espetáculo Gota d’água {Preta}, texto de Chico Buarque e Paulo Pontes e dirigido por Jé Oliveira; Nizinga, com dramaturgia de Dione Carlos, onde divide a direção com Flávio Rodrigues e Bruno Garcia, além de produções autorais dos seus grupos de pesquisa e convites em trabalhos avulsos. Em 2024, estreou seu primeiro espetáculo solo, Parto pavilhão, escrito por Jhonny Salaberg e dirigido por Naruna Costa, indicado ao Prêmio Shell nas categorias Direção e Dramaturgia.
Naruna Costa é atriz, cantora, compositora e diretora de teatro. Sua atuação se caracteriza pela valorização poética das periferias paulistanas e da presença negra no cenário cultural. Ao longo de uma década e meia, Naruna se firma no mundo artístico brasileiro graças ao impacto político e estético de seus trabalhos em teatro, televisão, cinema e música. Suas escolhas de personagens ilustram a resistência à opressão social e aos abismos econômicos do país. Formada na Escola de Arte Dramática da ECA/USP, é cofundadora do Espaço Clariô e do premiado Grupo Clariô de Teatro em Taboão da Serra(SP), onde também lidera o grupo de pesquisa de música urbana de raiz popular Clarianas, com três discos gravados. No audiovisual, participou de diversos trabalhos na TV e no cinema desde 2006 e atualmente protagoniza a série Irmandade da plataforma de streaming Netfix. Recentemente recebeu o Prêmio Shell de Teatro na categoria Música pela direção musical do espetáculo Boi Mansinho e a santa cruz do deserto, do Grupo Clariô de Teatro, que também foi premiado no Prêmio APCA na categoria Melhor Dramaturgia (assinada também por Naruna) e no Prêmio Leda Maria Martins na categoria Ancestralidade. Já havia sido premiada no prêmio APCA na categoria Melhor Direção pelo espetáculo Buraquinhos ou o vento é inimigo do picumã, de Jhonny Salaberg, se tornando a primeira mulher negra a ganhar o prêmio na categoria, desde sua criação em 1956. Em 2024, dirigiu o espetáculo Parto pavilhão, um solo da atriz Aysha Nascimento com texto de Jhonny Salaberg, indicado ao Prêmio Shell nas categorias Direção e Dramaturgia.
Jhonny Salaberg, ator e dramaturgo, é natural de Guaianases, zona leste de São Paulo. Formado pela Escola Livre de Teatro de Santo André, é cofundador do grupo de teatro negro O Bonde e autor de três livros de dramaturgia: Buraquinhos ou o vento é inimigo do picumã (espetáculo premiado e indicado em 12 categorias pelos principais prêmios de teatro do país em 2018), Mato cheio (2019) e Parto pavilhão (com publicação em 2021 e estreia em 2024, com atuação de Aysha Nascimento e direção de Naruna Costa, indicado ao Prêmio Shell nas categorias Direção e Dramaturgia), todos publicados na Coleção Dramaturgia da editora Cobogó. As três obras compões a Trilogia da Fuga, pesquisa de oito anos sobre o corpo negro em fuga e as estratégias de sobrevivência através do realismo fantástico. Nove de suas peças foram encenadas em parceria com companhias de teatro do estado de São Paulo. Pesquisa e realiza trabalhos que unem teatro e discussões sobre o contexto étnico-racial no Brasil. Suas criações são adotadas como referência e material de estudo em universidades estaduais/federais e escolas de teatro no Brasil, bem como em estudos de teatro negro na Noruega e dramaturgia afrodiaspórica na França.