Neste romance, Micheliny Verunschk joga luz sobre a história de duas crianças indígenas raptadas no Brasil do século XIX. Finalista dos principais prêmios do ano, foi vencedor do Prêmio Jabuti na categoria.
Em 1817, Spix e Martius desembarcaram no Brasil com a missão de registrar suas impressões sobre o país; mas quando voltaram a Munique levaram muito mais do que um extenso relato da viagem: levaram também um menino e uma menina indígenas, que morreriam pouco tempo depois de chegar em solo europeu.
Em seu quinto romance, Micheliny Verunschk constrói uma poderosa narrativa que deixa de lado a historiografia hegemônica para dar protagonismo às crianças ― batizadas aqui de Iñe-e e Juri ― arrancadas de sua terra natal. Entrelaçando a trama do século XIX ao Brasil contemporâneo, somos apresentados a Josefa, jovem que reconhece as lacunas de seu passado ao ver a imagem de Iñe-e em uma exposição. Com uma prosa embebida de lirismo, este é um livro sem paralelos na literatura brasileira ao tratar de temas como memória, colonialismo e pertencimento.