Os debates contemporâneos acerca das artes têm indicado cada vez mais a forte presença da imagem na construção poética em todas as linguagens. A visualidade da palavra é sua materialidade: o corpo tão presente nas transições do poema em perfomance, da voz em cinema, da performance em corpo, do corpo em voz e poema.
O corpo da palavra, que é também o nosso, assumindo sua materialidade e performatividade, seja na prosa ou na poesia. Para conversar sobre essas inúmeras possibilidades de criação, o Circuito de Autores do projeto Arte da Palavra recebe os artistas Francisco Mallmann e Julia Raiz. A conversa será mediada pelo professor e escritor Renato Forin Jr.
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Francisco Mallmann é artista e pesquisador interdisciplinar. Atua na intersecção entre filosofia, poesia, dramaturgia, artes visuais, performance e crítica de arte. Estudou Jornalismo (PUC-PR) e Artes Cênicas (FAP), e é mestre em Filosofia (PUC-PR). Publicou “Haverá festa com o que restar” (Urutau, 2018, 3º lugar na categoria Poesia do Prêmio da Biblioteca Nacional, finalista do Prêmio Rio de Literatura e do Prêmio Mix Literário), “Língua pele áspera” (7Letras, megamini, 2019), “AMÉRICA” (Urutau, 2020) e “Tudo o que leva consigo um nome”. É artista residente na Casa Selvática, onde idealizou a Membrana, e é editor do Bocas Malditas. É membro da Associação Internacional de Críticos de Teatro, AICT-IACT, filiada à Unesco, e coordenador do Departamento de Exposições Temporárias e Itinerantes do Museu do Holocausto de Curitiba. Atualmente, seus trabalhos, pesquisas e interesses voltam-se para a escrita crítica-dramatúrgica performativa e as estéticas decoloniais. Suas obras integram os acervos do Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC-PR) e do Museu Oscar Niemeyer (MON).
Julia Raiz é poeta, escritora de ficção e ensaio e doutoranda em Estudos Literários pela UFPR. Graduada em Letras na Universidade Estadual de Maringá (UEM), com especialização em Literatura e História Nacional na UTFPR e mestrado em Letras (UFPR). Publicou “Diário: a mulher e o cavalo” (Contravento editorial, 2017), “P/vc” (plaquete, ed. 7Letras, 2019), “Cidade menor” (Plaquete, ed. Primata, 2021), “Metamorfoses do Sr. Ovídio” (2022, ed. Arte & Letra) e “Bebê tem fascinação por lâmpadas” (ed. Chão da Feira). Atua principalmente nas áreas de estudos feministas da tradução e crítica literária. Atualmente é integrante do grupo de pesquisa “Tradução e metamorfose”. Desde o começo de 2020 trabalha em um projeto de podcast, o Raiz Lendo Coisas, em que recebe histórias das pessoas que ouvem e responde com um texto. No final de 2021 foi eleita Conselheira de Literatura do Conselho Municipal de Cultura com mandato de 2021 a 2023. E também é Secretária da Pasta de Formação da UBM (União Brasileira de Mulheres). Além de trabalhar com escrita e tradução, é agitadora cultural.
Renato Forin Jr. é mestre e doutor em Letras pelo PPG Letras da Universidade Estadual de Londrina (UEL), com doutorado sanduíche na Université Sorbonne Nouvelle (Paris 3) pelo PDSE/Capes. Seus campos de estudo transitam entre a literatura, a dramaturgia, o teatro, a música popular brasileira, a poesia, a oralidade e as relações intersemióticas entre linguagens artísticas na cena contemporânea. Renato já ministrou conferências sobre estes temas, inclusive no exterior, e possui artigos acadêmicos e jornalísticos na área de teatro, música popular, dança, oralidade e fotografia, além de atuação profissional no jornalismo cultural e na assessoria de imprensa. Em 2016, publicou o livro-CD Samba de uma noite de verão (KAN Editora), obra vencedora do 59º Prêmio Jabuti (2017) na categoria Adaptação. No mesmo ano, “OVO” – outro texto dramatúrgico de sua autoria – foi campeão do Prêmio Literários 2017, promovido pela Fundação Cultural do Pará, e está sendo editado. Atualmente, é professor no curso de Letras da Universidade Estadual de Londrina, onde ministra aulas de literatura contemporânea e desenvolve inúmeros projetos nesta área.