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Artes Visuais
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Congadas

A construção da Congada faz parte da história da colonização portuguesa na África, particularmente do domínio e cristianização dos reinos do Congo e da Angola e do período de escravidão no Brasil. Aqui, a mistura de dança, interpretação e cantoria para enaltecer os santos, foi incentivada pelos jesuítas no período colonial, como uma forma de conversão dos negros ao cristianismo. A celebração também era usada para aliviar as tensões entre senhores e escravos, além de servir para ostentação de poder dos senhores, que financiavam a festa com a justificativa de serem paga de promessas ou agradecimento de graças aos santos. Apesar da participação desses grupos, os negros eram os protagonistas. Eram eles que construíam toda a encenação e era para seus santos aquela homenagem. A Congada era a possibilidade da manutenção de suas identidades, culturas e fé. Sem a pretensão de dar conta de uma tradição de mais de 400 anos, homenageamos [e agora relembramos essa homenagem!] essa parte da cultura dos paranaenses que em muitos momentos foi negada por se desconsiderar a presença dos negros na construção do estado. Vemos como necessário e urgente desfazer a falsa ideia de um Paraná construído apenas em bases europeias, e celebrar que nos constituímos como estado a partir de toda a multiplicidade de povos que para cá vieram e que aqui estão.

A exposição “Com licença para Congada!” esteve em cartaz no Paço da Liberdade de novembro de 2019 a janeiro de 2020 e foi construída com muitas parcerias institucionais: Museu Paranaense (MUPA); Museu de Arqueologia e Etnologia UFPR (MAE); Círculo de Estudos Bandeirantes (CEB) e o Grupo de Congada da Lapa-PR. Agradecemos a todos vocês!

Confira abaixo o catálogo da exposição