16/08/2025 | 12h às 13h
Museu Oscar Niemeyer - MON
Julia Raiz é escritora, tradutora e agitadora cultural, com prática em ações performativas em literatura. Doutora em Estudos Literários (UFPR), oferece oficinas de escrita há dez anos. Atualmente, coordena o Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (PMLLLB) de Curitiba, promovendo políticas públicas na área. Publicou os livros Diário: a mulher e o cavalo (1ª ed. 2017, 2ª ed. bilíngue 2023, Telaranha), Metamorfoses do Sr. Ovídio (Arte & Letra, 2022), Bebê tem fascinação por lâmpadas (Chão da Feira, 2024) e Toda cabeça de irmão (Telaranha, 2025). Sua escrita transita entre poesia, prosa e ensaio.
Sobre Toda cabeça de irmão
Na literatura, a relação entre irmãos por vezes é levada ao extremo: Dmitri, Ivan e Alexei (Os irmãos Karamazov); Ana e André (Lavoura arcaica); Yaqub e Omar (Dois irmãos); Tsuruko, Sachiko, Yukiko e Taeko (As irmãs Makioka). Essas histórias cruzam mitos e fábulas antigas, como Rômulo e Remo, Caim e Abel e João e Maria. Em Toda cabeça de irmão, os personagens sem nome de Julia Raiz percorrem registros, ausências, revoltas e tristezas que vão de um quarto de motel na Barra Funda à cidade de Ibiúna, no interior paulista. Então, um pássaro preto sobrevoa os escombros dessa relação fantasmagórica, num estranho movimento que acompanha as memórias da irmã, a saudade, a escassez e o mistério. Como num filme revelado, aqui se aprende que, se você sangra, você endurece; se seu irmão sangra, você amolece.
