Até 29/08/25 | 9h às 21h, 9h às 18h
Sesc Estação Saudade
Na 4ª edição do Artesesc Estação Saudade, foram selecionadas obras de 16 artistas de diferentes estados e regiões brasileiras. As 28 obras foram selecionadas para participar de dois ciclos de exposição ao longo de 2025.
Neste 1º ciclo, apresentamos a exposição coletiva Quanto mais rápido, menos aqui, com os participantes: Castrenhos, Érica Storer, Felipe Mayerle, Giovana Tartas, Letícia Kossatz, Rynnard, Sansa Rope e Washington da Selva.
A modernidade tardia se caracteriza por um processo contínuo de aceleração social, no qual a sensação de urgência se torna permanente, dificultando a experiência plena do presente. A superexposição às demandas do trabalho ou do consumo, somada à alienação tecnológica e à lógica do mercado, tem produzido um estado de exaustão e desorientação generalizado. A aceleração da vida contemporânea, impulsionada por essas lógicas, gera um desejo crescente de pisar no freio e se reconectar com ritmos mais autênticos. Esse movimento se manifesta na adoção de estilos de vida alternativos e na valorização de experiências que resgatem uma relação menos fragmentada com o tempo e com a natureza.
Diante desse cenário, muitos buscam no passado uma alternativa ao presente. Essa idealização frequentemente se ancora em uma nostalgia que não reflete necessariamente uma realidade histórica concreta, mas uma construção simbólica de outros tempos. A crença em uma era menos acelerada, menos mediada por telas e algoritmos, em que as relações humanas eram mais profundas, se revela muito mais como uma crítica ao presente do que um retrato fiel do passado.
Um dos principais motores dessa insatisfação atual é a transformação do trabalho na era digital. Byung-Chul Han (2015) argumenta que o sujeito contemporâneo, diferentemente do explorado tradicional do capitalismo industrial, tornou-se um “empreendedor de si mesmo”, internalizando as exigências produtivas ao ponto de ser simultaneamente patrão e empregado de sua própria exaustão. A dissolução das fronteiras entre trabalho e vida pessoal, a precarização e a constante demanda por disponibilidade criam uma sobrecarga mental que leva muitos a buscarem alternativas temporais mais sustentáveis.
O movimento de resistência à lógica aceleracionista não é apenas um desejo romântico, mas um sintoma das tensões que atravessam a modernidade e que demandam novos modos de pensar a relação entre tempo, natureza, trabalho e bem-estar.