Todos os dias | 8h às 20h
Sesc Maringá
A exposição Fricções – intervenções sutis para grandes forças, reúne dois artistas de São Paulo que investigam o posicionamento de linguagens tradicionais, como a pintura e a escultura, dentro do universo contemporâneo da arte. Com uma abordagem não ortodoxa dos meios e da linguagem visual, suas obras ativam o espaço que as hospeda, levando o observador a sair da posição contemplativa, e ativar um espaço que se pode denominar de relacional, onde se pode experimentar a visualidade e a materialidade das obras, durante o seu trânsito pelo espaço. O contraste entre as formas de construir seus trabalhos – Marcus Vinícius com uma fatura que remonta a objetos produzidos industrialmente e Ana Paula Oliveira, que traz materiais brutos organizados numa fase pré-industrial – resulta numa reflexão de como a arte contemporânea pode se apropriar de elementos que revelam aspectos sociais e pautas que podem posicionar o indivíduo dentro das questões mais atuais da humanidade.
Mini biografia dos artistas:
ANA PAULA OLIVEIRA – 1969 – Uberaba, MG. Vive em São Paulo, SP. Motivada pelo vigor da matéria viva, Ana Paula Oliveira cria, com suas esculturas e instalações, situações de tensão e equilíbrio entre materiais ora muito brutos, ora muito delicados. Seus trabalhos parecem nos colocar num estado de suspensão, testemunhas de um desastre que está prestes a ocorrer, mas incapazes de ter qualquer tipo de controle sobre o que se apresenta. A artista provoca diversos tipos de encontros em suas peças e instalações, como por exemplo entre animais – vivos, taxidermizados ou fundidos em chumbo e toras de madeira, blocos de ferro ou placas de vidro; contrapondo, através de gestos ou situações violentas, a leveza de um à força do outro. Participou de inúmeras exposições individuais e coletivas, destacando-se as seguintes instituições: MAM – Museu de Arte Moderna de São Paulo; Mube – Museu Brasileiro de Escultura, São Paulo; Centro Cultural São Paulo; Caixa Cultural, Rio de Janeiro; Paço das Artes, São Paulo; Capela do Morumbi, São Paulo, Brasil; Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, Brasil; Casa da imagem no Beco do Pinto, São Paulo, Brasil; Ceuma – Centro Universitário Maria Antônia, São Paulo, Brasil; Fábrica Asa, Guimarães, Portugal; Museu de Arte Contemporânea de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil.
MARCUS VINÍCIUS – 1967 – São Paulo, Brasil, vive e trabalha em São Paulo, Brasil. Marcus Vinicius é licenciado em Artes Plásticas pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo e inicia sua participação em exposições no Brasil no início dos anos 1990. A partir da ideia de “Estrutura quadro”, conjunto de regras criadas por ele mesmo para guiar o seu processo de produção, explora as propriedades de materiais e cores industriais. Seus quadros dialogam com o universo da indústria, sem, no entanto, estarem de todo entregues a ele. Regidos pela ordem da produção em série e das combinações matemáticas, esses trabalhos revelam a complexa relação entre os seus elementos; sua feitura é, desde o início, administrada por uma inteligência do sensível: as formas, combinações de cores e variação de materiais são cuidadosamente escolhidas e pensadas pelo artista, que, em um tempo bem menos acelerado que o da indústria, os articula na busca pelo ajuste de uma química interna do quadro. O vidro, por exemplo, é convocado por sua propriedade reflexiva e pela dúvida que seu efeito óptico pode gerar à visão do observador. Não se trata da transparência pura e simples, mas sim da opacidade, das artimanhas visuais. Por outro lado, o uso da tinta sobre madeira em cores tão frequentemente observadas no cotidiano da cidade criaria um terreno seguro para a visão – estaríamos certos do que nosso olho vê –, mas o atrito entre cores distintas acaba por gerar alguma vertigem, terceiras cores que são percebidas só virtualmente. Marcus Vinicius está interessado pela pintura, por aquilo que pode acontecer no espaço bidimensional, mas também por aquilo que pode ser gerado na terceira dimensão. Não somente seus efeitos ópticos, mas suas experiências físicas, através dos suportes geométricos em madeira ou alumínio construídos por ele mesmo em sua oficina. Participou de diversas exposições individuais e coletivas desde o início dos anos 1990, destacando-se: Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto; MAC-USP – Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, Brasil; Centro Cultural Maria Antônia, USP São Paulo; Centro Cultural UFMG, Belo Horizonte; Centro Cultural São Paulo; Espaço Cultural Casa da Ribeira, Natal, Brasil; Marp – Museu de Arte de Ribeirão Preto.
A visitação é gratuita e sem necessidade de agendamento.