02/10/2025 | 19h às 21h
Sesc Londrina Cadeião
A autoficção tem ganhado crescente relevância no cenário literário, sendo adotada por escritores de diversas partes do mundo como um meio de expressão que articula memória, subjetividade e ficção. No Brasil e no exterior, autores como Annie Ernaux, Karl Ove Knausgård, Ricardo Lísias e João Silvério Trevisan têm explorado essa escrita híbrida, atraindo leitores e gerando debates sobre os limites entre a realidade e a invenção na literatura. A partir da interseção entre autobiografia e ficção, esse gênero tem sido amplamente explorado por escritores contemporâneos como uma forma de repensar os limites entre realidade e invenção na literatura. Combinando memória pessoal e artifícios narrativos próprios da ficção, a autoficção se tornou um campo de grande interesse tanto para escritores quanto para leitores e pesquisadores.
O escritor e pesquisador Luigi Ricciardi, em seu doutorado em literatura, estudou justamente a autoficção, tentando entender o gênero e mapear a produção autoficcional (e de gêneros correlatos) feita em países como o Brasil e a França, expoentes mundiais nesse subgênero romanesco. Neste encontro, vai apresentar e discutir um dos gêneros literários mais instigantes da contemporaneidade, abordando origens e os principais conceitos, destacando como esse gênero se diferencia da autobiografia tradicional e do romance autobiográfico. Além disso, serão discutidas as principais características da autoficção, como o uso do “eu” autoral, a fusão entre vida real e construção literária e os efeitos desse jogo entre verdade e invenção na recepção do leitor.
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Luigi Ricciardi é o nome artístico do paranaense Luis Claudio Ferreira Silva. Nascido em Londrina, morou muitos anos em Maringá antes de voltar para sua cidade natal. Formado em Letras Português/Francês, Luigi é fundador do Universo Francês, onde ministra aulas da língua de Molière. Publicou vários livros de contos antes de lançar “Os passos vermelhos de John: ou a invenção do tempo” (Penalux, 2020), seu primeiro romance. O escritor mantém a Acrópole Revisitada, canal literário no YouTube criado durante seu doutorado em Literatura. Foi professor da UEM e agora trabalha na UEL. É um dos tradutores do livro As revelações de Arsène Lupin (Madrepérola, 2022), entre outros livros. Também é mediador de mesas literárias e trabalha como editor-assistente.