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Ailton Krenak é eleito para a Academia Brasileira de Letras

Hoje os nossos  parabéns são para o ambientalista, filósofo e um dos mais destacados líderes do movimento dos povos indígenas do Brasil, Ailton Krenak. Ontem (6) ele foi anunciado como o novo imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL). Ele é o primeiro indígena a ingressar na ABL e será o sétimo ocupante da cadeira número 5, que já pertenceu a Rachel de Queiróz.

Krenak esteve conosco em nossa 38ª Semana Literária e Feira do Livro em 2019, no Sesc Paço da Liberdade, e diante de uma plateia lotada e ávida por ouvi-lo falou sobre Literatura e a voz da liberdade.

Conhecido por um emblemático discurso na Constituinte, há mais de 35 anos, determinante para a conquista do Capítulo dos Índios na Constituição Federal de 1988 – quando esteve em nosso evento literário -, ressaltou que desde então houve progressos e retrocessos nos direitos dos povos indígenas. “Desde a Constituição Federal, os povos indígenas escaparam do risco de desaparecerem sozinhos, pois enquanto houver lugar para os outros povos, tem que haver lugar para os povos indígenas. A redemocratização da vida política do país foi um grande processo que tivemos e o retrocesso está crescente desde a década de 1990,  com a desfiguração da Constituição, sua negação e constante violação pelo executivo. Demarcamos as terras indígenas, como uma conquista e hoje somos ameaçados pela invasão e destruição destes mesmos territórios”.

Para Krenak, a literatura é uma voz acessível aos povos indígenas e tem sido usada para clamar por  liberdade e visibilidade. “A literatura, assim como outras artes, tem a força de sobreviver ao autoritarismo e abuso dos tiranos. Agora escritores indígenas tomam a literatura como uma nova arma de luta na afirmação de seus modos de vida e cultura. Assim é a força da literatura indígena e toda arte tem a capacidade de fortalecer a presença dos povos no mundo.

Não é diferente para os povos indígenas”, enfatizou.

Parabéns, Krenak!