Em uma pequena casa do interior do Ceará, mora Raposa, uma mulher de jeito peculiar que chama atenção de Lelé, um diarista que trabalha na casa ao lado. A relação entre os dois muda a partir de sons estranhos vindos da casa de Raposa.
Raposa é o retrato de muitas mulheres desassistidas pelo Brasil e incompreendida pelo olhar social, olhar este representado pela personagem Dona Graça, sua vizinha, separada apenas por uma velha cerca de arames farpados enferrujados. Logo a solidão de Raposa é interrompida com a chegada de Lelé, que trabalha fazendo faxina na casa de Dona Graça. Lelé é a personificação da empatia, da sensibilidade e é também um recorte social. A paleta de cores em tons barrentos, que também vemos na caracterização dos cabelos de Raposa e Lelé, remete à cultura interiorana que é resistência, além disso simboliza a força da amizade entre essas duas personagens. A escolha por uma fotografia com baixa saturação, menos vibrante, se ampara em um estado de espírito da personagem Raposa e de como ela enxerga o mundo. Os silêncios propostos, criando um paralelo com a fotografia, compõem e justificam a dramaturgia. O filme é ambientado em Acaraú, interior do Ceará, que oferece uma estética fiel à história que inspirou o roteiro. Raposa é uma realidade, é uma denúncia social.
Ficha Técnica:
Direção: Margot Leitão e João Fontenele; Produção: Margot Leitão e João Fontenele; Roteiro: João Fontenele; Baseado na ideia original de: Margot Leitão; Elenco: Marta Aurélia, João Fontenele, Margot Leitão, Gustavo Lopes; Direção de fotografia: Rob Lima; Assistente de fotografia: Aline Silveira; Direção de arte: Margot Leitão e João Fontenele; Assistente de arte: Aline Silveira; Montagem e edição: Rob Lima; Som e Mixagem: Rob Lima, Ian Brandão e Raian Vasconcelos; Coreografia: Nyckson Evans (No Angels); Dançarinos: Nyckson Evans, Nykolas Evans, Victor Vasconcelos, Felipe Pereira da Silva, Italo Kauã, Hevylin.