Diante de um contexto que segrega a população negra aos bairros periféricos, o professor e pesquisador Alexsandro Eleotério trará para este encontro análises sobre o modo como se desenvolveu a sociabilidade cotidiana dos negros em Londrina.
A população negra em Londrina é representada por 26,07% do total de habitantes, conforme dados do Censo 2010. A vivência nos faz perceber que este contingente populacional está significativamente em maior concentração nas regiões periféricas desta cidade. Nos registros oficiais da cidade, nota-se a tendência em se preservar a memória dos grupos hegemônicos. Valoriza-se, desta forma, a memória dos ingleses e dos japoneses, considerados pioneiros, e silencia-se a memória da população negra que contribuiu, sobretudo, com o trabalho braçal para a expansão agrícola da cidade. Quando do olhar atento aos heróis nacionais e também aos pioneiros regionais, brancos e negros, nos é possível perceber a estreita relação entre o prestígio direcionado aos “heróis” e “pioneiros” brancos em contrapartida aos desprestigiados espaços reservados a um ou outro herói e pioneiro negro, como Zumbi e Doutor Climaco.
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Alexsandro Eleotério é doutor em Ciências Sociais no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Unesp–Marília (2019), doutor em Política Social no Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Política Social da UEL (2018), com estágio doutoral na Howard University (Washington-DC) (2017). Mestre em Ciências Sociais – UEL (2013), especialista em Psicanálise de Freud a Lacan – Faculdade Pitágoras (2015), Graduação (licenciatura e bacharelado) em Ciências Sociais pela UEL (2010). Atuando principalmente nos seguintes temas: Racismo, Território, Sociabilidade, Identidade, Justiça Social, Populações negras, Políticas de Ação Afirmativa, Sociologia das relações étnico-raciais e hierarquias raciais e desigualdades duráveis.