Por que contar histórias indígenas? Sabemos que para tentar diminuir a distância imposta pela literatura oficial, contar histórias tradicionais foi um dos principais meios encontrados por muitos escritores indígenas.
Se pensarmos na diversidade de etnias que povoam o território nacional e nas centenas de línguas faladas por elas, é mais do que necessário que todos conheçamos e aprendamos. Seja por meio de livros, da contação de histórias ou de outros recursos, apresentar essa diversidade para para quem nos ouve é fundamental para a compreensão, desde cedo, de nossas origens. Além disso, a literatura é um dos caminhos mais importantes para que o leitor – criança ou não – deixe de encarar a cultura indígena como elemento exótico e estereotipado, o que pouco contribui para uma relação democrática e humanizada.
Por isso, neste encontro com a escritora, palestrante e contadora de histórias Auritha Tabajara poderemos aprender e encontrar formas de usar as histórias tradicionais para contar sobre o cotidiano dos povos originários, os modos de vida, suas crenças, lutas e organizações sociais.
__________________
Auritha Tabajara é escritora, poeta, cordelista e contadora de histórias. Ficou conhecida nacionalmente como a primeira cordelista indígena do Brasil. Um dos seus três livros – Magistério Indígena em Verso e Poesia – foi considerado como de leitura obrigatória nas escolas públicas do Ceará. Aprendeu a ler com 6 anos e começou a escrever, em rima, as histórias contadas pela avó Francisca Gomes. Já adulta, em São Paulo, passou a fazer parte do Conselho de Povos Indígenas da Cidade de São Paulo. É contadora de histórias indígenas, palestrante e oficineira. Tem vários textos em cordéis publicados nas antologias indígenas e em revistas on-line. Sua mais recente publicação é o livro Coração na Aldeia Pés no Mundo. Já recebeu diversos prêmios e atos de reconhecimento; além disso, a rede Visibilidade Indígena colocou-a entre as 25 mulheres escritoras indígenas que devem ser conhecidas.