A onça é um animal crepuscular e solitário, habitante das Américas, mas principalmente na amazônia e no pantanal brasileiros. Conhecida como onça pintada, ou onça-verdadeira, jaguar, jaguaretê, jaguarapinima, acanguçu, canguçu ou simplesmente onça, faz parte da mitologia de diversas culturas indígenas americanas, incluindo as dos maias, astecas e guaranis. Sua caça ainda é uma atividade carregada de simbolismo, principalmente entre os pantaneiros. Na literatura brasileira, ela está representada no conto Meu tio Iauaretê, um dos contos mais inventivos, admiráveis e radicais da poética de João Guimarães Rosa, que conta a história de um matador de onça arrependido, imerso na alegoria da onça, cuja representação está tomada pela linguagem mestiça entre brancos e indígenas. Na literatura de cordel, há o conhecido caso d’A onça e o bode, de José Costa Leite; e A história da onça tapuia e o homem destemido, de Minelvino Francisco Silva. Na música Popular brasileira, a onça é tema em canções de artista, tais como Zeca Baleiro, Caetano Veloso, Alceu Valença e atualmente, na voz das artistas contemporâneas Linn Da Quebrada e As baías.
Nessa perspectiva, o “Ciclo de leitura temática: a poética da onça” tem por objetivo trazer a imagem e as alegorias a cerca da onça-pintada, percorrendo obras literárias e canções da musica popular brasileira, para colocar a escuta atenta ao que a onça quer nos dizer.