A leitura é um ato de liberdade que permite expandir a memória e contribui para o processo do despertar da consciência crítica, política e social do indivíduo. Conforme a citação da escritora Clarice Lispector, “Minha liberdade é escrever. A palavra é o meu domínio sobre o mundo.” A literatura, portanto, amplia horizontes e desenvolve a autonomia do pensar e do agir. Possui a capacidade de democratizar o que é, aparentemente, particular. Ao expor o íntimo, permite que o indivíduo identifique a sua e outras histórias, sendo capaz de compreender e legitimar o outro.
Ailton Krenak nasceu em 1953, na região do Vale do Rio Doce, território do povo Krenak. É escritor, ambientalista, jornalista e um dos mais destacados líderes do movimento dos povos indígenas no Brasil. Ativista do movimento socioambiental e de defesa dos direitos indígenas, organizou a Aliança dos Povos da Floresta. Contribuiu para a criação da União das Nações Indígenas (UNI). Ailton Krenak teve um papel determinante para a conquista do Capítulo dos índios na Constituição de 1988. É comendador da Ordem do Mérito Cultural da Presidência da República. Em 2016, a Universidade Federal de Juiz de Fora lhe concedeu o título de Professor Doutor Honoris Causa. Em 2019, publicou o livro Ideias para adiar o fim do mundo pela Companhia das Letras.
Marco Antonio Valentim é professor do Departamento de Filosofia da UFPR. Publicou estudos acerca de problemas metafísicos em filosofia antiga e moderna, e ensaios comparativos sobre antropologias ocidentais e ameríndias. Escreveu Extramundanidade e sobrenatureza: ensaios de ontologia infundamental (Cultura e Barbárie, 2018). É pesquisador do SPECIES – Núcleo de Antropologia Especulativa. Membro do GT Ontologias Contemporâneas da ANPOF.