A saúde bucal na terceira idade é um componente essencial da saúde geral e está diretamente relacionada à nutrição, à comunicação, à autoestima e à qualidade de vida. O processo de envelhecimento traz alterações fisiológicas que afetam a cavidade oral, como a redução do fluxo salivar (xerostomia), a retração gengival, a perda óssea alveolar (osso que sustenta os dentes) e a maior suscetibilidade a infecções. Essas mudanças, somadas ao uso contínuo de medicamentos e à presença de doenças sistêmicas, exigem atenção especial aos cuidados preventivos e acompanhamento odontológico regular.
Reforçando seu compromisso com a promoção da saúde e o bem-estar, o Sesc Paraná, por meio do projeto Saúde Bucal, realiza ações educativas que incentivam hábitos de cuidado e prevenção. No último dia 21, a dentista Ariane Carvalho ministrou em Cascavel uma palestra para um grupo de 21 idosos, destacando a importância da higiene bucal, da prevenção e das consultas regulares para a manutenção da saúde e da qualidade de vida.
A prevenção continua sendo o principal pilar da saúde bucal na terceira idade, pois consultas odontológicas periódicas possibilitam o diagnóstico precoce de alterações e o controle de condições existentes, garantindo conforto, função mastigatória e qualidade de vida.
Manter a saúde bucal em boas condições não é apenas uma questão estética, mas um fator determinante para o bem-estar e a saúde geral do idoso. O cuidado contínuo com a boca reflete diretamente em uma melhor alimentação, prevenção de doenças e envelhecimento mais saudável.
Doenças bucais
Entre as condições mais comuns nessa faixa etária está a doença periodontal, que provoca inflamação e destruição dos tecidos de suporte dos dentes, podendo evoluir para mobilidade e perda dentária. A dificuldade de higienização, frequentemente agravada por limitações motoras ou visuais, contribui para o agravamento do quadro.
A xerostomia, comum em idosos que utilizam medicamentos para hipertensão, depressão ou diurese, compromete a lubrificação da mucosa, a digestão e o equilíbrio da microbiota oral, favorecendo o surgimento de cáries, halitose e infecções oportunistas, como a candidíase bucal e infecção fúngica frequentemente associada ao uso de próteses mal higienizadas.
Outro ponto relevante é o uso de próteses dentárias, que requerem higiene adequada e acompanhamento periódico para ajuste e substituição quando necessário. Próteses mal adaptadas podem causar feridas crônicas, dor, inflamação e, em alguns casos, predispor ao desenvolvimento de lesões potencialmente malignas, especialmente quando associadas ao tabagismo e ao consumo de álcool.
Doenças sistêmicas, como diabetes mellitus e osteoporose, também exercem influência direta sobre a saúde bucal. O diabetes mal controlado, por exemplo, aumenta a suscetibilidade à infecção periodontal e dificulta a cicatrização tecidual. Já a osteoporose pode comprometer o suporte ósseo dos dentes, agravando a perda dentária ou impossibilitando a instalação de implantes.