Teve início nesta quarta-feira (2) o 3º Simpósio de Autismo do Sesc PR em parceria com a Universidade Livre do Esporte (ULE), no Salão de Atos do Parque Barigui, em Curitiba. Durante a manhã, o encontro reuniu especialistas em Transtorno do Espectro Autista (TEA), profissionais da educação, familiares e autoridades municipais e estaduais, além da comunidade local, para discutir a importância de investir em inclusão social.
Mais de 100 pessoas acompanharam o painel “Autismo e cidadania: o caminho das políticas públicas” e a palestra: “Além das cores: desmistificando o autismo”. O principal objetivo das discussões foi mostrar um panorama das ações realizadas em todo o estado para acolhimento e desenvolvimento das pessoas com TEA e suas famílias.
No primeiro painel, Maíra de Oliveira, chefe do Departamento de Educação Inclusiva da Secretaria de Educação do Paraná, destacou que dos mais de um milhão de estudantes matriculados na rede estadual de ensino, a partir do 6º ano, 99.567 são da educação especial. Desses, mais de 12,4 mil são autistas. Ela também pontuou que das mais 2 mil escolas públicas, 1979 estão estruturadas para oferecer educação especial para portadores de TEA e outras deficiências.
A abertura do evento contou com a presença de diversas autoridades, entre elas o diretor regional do Sesc PR, Carlos Alberto de Sotti Lopes. “O processo de inclusão e de conscientização ele permeia toda nossa caminhada porque, além da educação, o Sesc trabalha muito, em todas as suas atividades e realizações, pela inclusão, pela oportunidade, pelo respeito a cidadania de todos”, destacou.
Também acompanharam a abertura os diretores da ULE, Sidney Morgenstern, Denise Mendonça e Nicolle Bueno; o diretor regional do Senac PR, Sidnei Lopes de Oliveira; o secretário de Esporte, Lazer e Juventude de Curitiba, Euler de Freitas Junior; o coordenador da Política Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Paraná, Felipe Braga Côrtes, representando o secretário de Estado do Desenvolvimento Social e Familiar, Rogério Carboni; o diretor de Fomento e Promoção do Esporte no Paraná, Clézio Marins Prado, representando o secretário do Estado de Esporte, Helio Renato Wirbiski; a gerente de Lazer, Inclusão e Qualidade de Vida de Pinhais, Janaina Neves, e a chefe de Departamento de Educação Inclusiva do Paraná, Maíra Oliveira.
Esporte e genética
No período da tarde, o vice-presidente do Conselho Regional de Educação Física, Guilherme Stival, mediou o painel: “Muito além do jogo: o poder terapêutico das práticas esportivas, com os educadores físicos Alex Reis, Aline Maria Lucas, José Alípio Garcia Gouvêa, Kleber Ganso e Mariana Minetto Caldeira Silva.
O médico geneticista Salmo Rankin ministrou a palestra “Mentes neurodivergentes: explorando a ciência do TEA”. “O Transtorno do Espectro Autista é uma condição multifatorial, com um componente genético importante, que é um distúrbio do neurodesenvolvimento. O componente genético tem sido estudado os últimos dez anos e pouco a pouco tem sido esclarecido. Mas não conhecemos nem a metade do componente genético, então temos muito a investigar e avançar. O meu papel hoje é mostrar um pouco desses estudos, mas principalmente mostrar que o TEA não tem nada a ver com questões como por exemplo a vacinação, que hoje voltou à tona. Como é que a vacinação vai interferir se uma parcela importante das pessoas com TEA têm uma pré-disposição genética intrauterina? É uma questão orgânica! O que se sabe é que uma pequena parcela dos casos pode ter componentes ambientais, mas nenhum relacionado à vacinação, esses componentes podem vir da prematuridade, do baixo peso e de outros fatores”, pontuou.
O 3º Simpósio de Autismo do Sesc PR e ULE segue até esta quinta-feira (03/04). Confira a programação:
Dia 3 de abril
9h – Palestra: Peças do quebra-cabeça: a medicina do TEA;
10h30 – Roda de conversa: Entre mães: compartilhando vivências no TEA;
13h30 – Painel: Alimentação: como lidar com a seletividade alimentar;
14h40 – Painel: Depois da matrícula: construindo uma educação inclusiva;
16h20 – Painel: O mercado de trabalho é neurodiverso.