A cada 4 minutos, em algum lugar do mundo, uma criança morre em decorrência de um ato de violência. Esse levantamento do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) reforça a importância do Seminário Multiprofissional de Prevenção e Enfrentamento à Violência Contra Crianças e Adolescentes, que começou nesta quinta-feira (24/4) em Curitiba e segue até o sábado (26/4). As discussões estarão dentro de temáticas relacionadas à saúde, educação, justiça e tecnologia.
Organizado pelo Projeto de Prevenção ao Aliciamento de Crianças e Adolescentes (PROTECA) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o evento está sendo realizado no campus Jardim Botânico da instituição de ensino. O seminário conta com palestras e painéis que abordam a prevenção de maus tratos, acolhimento, protocolos de atendimentos nas unidades de saúde e odontológicas, segurança nas escolas e na internet, atuação do judiciário na proteção dos menores, além de rodas de conversas com profissionais, estudantes e servidores técnicos de diferentes especialidades.
Segundo a UNICEF, a cada ano a violência tira a vida de, pelo menos, 130 mil crianças e adolescentes menores de 20 anos. Quase 90 milhões de meninos ou meninas já sofreram episódios de violência sexual. “Essas estatísticas mostram, também, que a maioria das violências ocorrem dentro das famílias. Então é preciso que toda sociedade e todas as instituições se levantem para essa pauta. Esse evento tem a importância de reunir vários eixos para colaborar de alguma forma para medidas mais eficazes”, reforçou Luciana Zanon, vice coordenadora do PROTECA e organizadora do Seminário.
A identificação precoce de casos de violência contra crianças e adolescentes por profissionais de saúde também é crucial para a redução dos casos, já que muitas vezes eles estão entre os primeiros a ter contato com as vítimas. “Se existe a suspeita, a indicação é encaminhar para um serviço especializado. Até 12 anos ao Hospital Pequeno Príncipe, acima de 12 anos para o Hospitais Evangélico ou de Clínicas. Para a confirmação (da violência), existe um médico perito e protocolos de proteção”, explicou Maria Cristina da Silveira, pediatra do Hospital Pequeno Príncipe.
Uma das missões do Sesc PR é promover ações de bem-estar e qualidade de vida para todos, sobretudo às mais de 30 mil crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade atendidos pela instituição. “A gente trabalha muito forte com essa questão da capacitação, da formação continuada dos nossos profissionais. Não somente os que atuam com as crianças nas escolas, mas também em outros projetos de educação complementar, do esporte, do lazer, na área da cultura. Sempre que a gente percebe um sinal ou a partir de um relato espontâneo de uma criança, temos o dever de acionar os órgãos competentes”, pontuou Lidiane Galvan, diretora da Divisão de Educação, Cultura e Ação Social do Sesc PR.
Denunciar a violência contra crianças e adolescentes é um ato de responsabilidade e proteção. No Brasil, há diversos canais disponíveis para denúncias de forma segura e anônima. Entre eles, o Disque Direitos Humanos (Disque 100), Conselho Tutelar, Delegacias e Ministério Público.
Para conferir a programação completa do Seminário Multiprofissional de Prevenção e Enfrentamento à Violência Contra Crianças e Adolescentes, acesse: https://proteca.ufpr.br/