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Saúde e Alimentação: Nutrição
Saúde e Alimentação: Nutrição

O Selênio no combate ao Covid-19

Já é sabido que um organismo com doses adequadas de selênio consegue combater mais facilmente os vírus em geral. A boa notícia é que podemos encontrar o mineral em diversos alimentos comumente consumidos pelos brasileiros: carne de aves, ovo, atum, sardinha, arroz e trigo integrais e, claro, a que desponta nessa lista: a castanha–do–pará.

Se for provado o que acaba de mostrar um estudo liderado pela Universidade de Surrey na Inglaterra juntamente com cientistas da Anhui Agricultural University na China, poderemos deduzir que o novo Coronavírus teria dificuldades diante de um consumidor fiel da nossa castanha. Isso porque uma unidade da oleaginosa apresenta a quantidade de selênio presente em três filés de frango.

O estudo mostra que não é de hoje que há investigações envolvendo o selênio e a progressão de infecções virais. No início dos anos 2000, surgiram estudos envolvendo pacientes portadores de HIV. Os pesquisadores notaram que os pacientes que apresentavam concentração de selênio sanguínea inferior ao desejável tinham mais infecções oportunistas e morriam mais. Por outro lado, os portadores que tomaram suplementos (sob orientação médica) sofriam menos dessas complicações e, portanto, morriam menos. Além disso, o selênio na dose certa – cerca de 55 microgramas todos os dias por meio da alimentação, o equivalente a uma castanha-do-pará – tem mostrado resultados em pacientes com Hepatite B ou C.

E se o selênio demonstrar efeitos benéficos também na infecção pelo Coronavírus?

Pois bem, os autores do estudo em questão investigaram províncias na China com mais de 200 casos da doença e perceberam que: nas áreas em que o cardápio continha quantidade suficiente de selênio, os pacientes tinham maior probabilidade de se recuperarem da infecção. Por exemplo: Heilongjiang – uma província reconhecida por ter um dos níveis mais baixos do mineral – apresentou mortalidade por Covid-19 cinco vezes maior que nas outras províncias chinesas. Além de comparar o número de mortes, os pesquisadores concluíram que quanto maior a dosagem de selênio em uma população, maior o número de indivíduos com covid-19 que se recuperaram.

Mas fica um alerta! O próprio estudo ressalta que a dosagem certa faz muito bem, mas o excesso pode ser prejudicial.

Importante: a ingestão de selênio não impede a contaminação pelo novo coronavírus, portanto é fundamental seguir as recomendações dos órgãos de saúde, como utilização de máscaras e higienização adequada e constante das mãos.

Para saber mais, leia o estudo na íntegra: ZHANG, J; TAYLOR, E.W; BENNET, K; SAAD, R e RAYMAN, M.P. Association between regional selenium status and reported outcome of COVID-19 cases in China. Am J Clin Nutr, 2020 Apr 28.