De 23/10 a 19/12/25 | 9h às 21h
Sesc Estação Saudade
Na 4ª edição do Artesesc Estação Saudade, foram selecionadas obras de 16 artistas de diferentes estados e regiões brasileiras. As 28 obras foram selecionadas para participar de dois ciclos de exposição ao longo de 2025.
Neste 2º ciclo, apresentamos a exposição coletiva Tempo em transe, com os participantes: Cristiane Maria Pires Martins, Thanis Parajara, Espejismo, Consuelo Vallandro, Fabio Martins, Tinta Preta, Eric Farpa, Gabriel Bicho, Keila Okubo.
A relação entre ancestralidade e cultura tem sido amplamente discutida por pensadores e pesquisadores que veem na memória coletiva um dos pilares da identidade social. Nesse horizonte, lembrar não é apenas guardar o passado, nem um exercício individual, mas um fenômeno construído em comunidade, em que tradições, símbolos e rituais desempenham um papel essencial na transmissão de saberes. Ao abordar a ancestralidade de grupos indígenas, negros e imigrantes, é possível observar como essas culturas estruturam suas narrativas a partir da oralidade, do sagrado e das manifestações culturais.
As obras reunidas nesta seleção exploram diferentes dimensões da ancestralidade. Por um lado, tratam das perdas e do apagamento histórico, revelando que a própria ideia de progresso foi erguida sobre violências e ruínas. No entanto, essas produções também evidenciam a força do imaginário espiritual e cosmológico desses povos, que, apesar das feridas coloniais, continuam a construir formas de resistência por meio da arte, da música e das celebrações. A cultura, nesse sentido, pode ser compreendida como um território de disputas simbólicas, um espaço em que diferentes temporalidades, saberes e modos de existir se encontram no presente, em permanente negociação.
Assim, ao conviver com essas obras, somos convidados a refletir sobre a riqueza da diversidade cultural e sobre a importância de reconhecer a ancestralidade como um elemento vivo, que molda não apenas nossa identidade, mas também nossa forma de compreender e mover n(o) mundo.