Sobre a Dengue

Para que a prevenção de qualquer doença seja adequada, é importante entender as características de transmissão e particularidades envolvidas para que as observações e cuidados estejam de acordo com o necessário.

Dentre as várias formas de transmissão, algumas doenças envolvem vetores. Ou seja, seres vivos que transportam o causador da doença para outro organismo.  Esse é o caso das chamadas arboviroses, doenças causadas por vírus transmitidos por artrópodes, como os mosquitos. Como exemplo das principais arboviroses, temos a dengue, Zika vírus, febre chikungunya e febre amarela.

Dengue

A dengue é classificada como uma arbovirose, sendo a mais prevalente nas Américas, principalmente no Brasil.

Apresenta-se como uma doença febril de grande importância, dores de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele. Nos casos graves, o doente também pode ter sangramentos (nariz, gengivas), dor abdominal, vômitos persistentes, sonolência, hipotensão e tontura. Em casos extremos, a dengue pode matar.

Vírus

O vírus causador da dengue (DENV) possui quatro sorotipos diferentes: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4.

No Paraná, o sorotipo DENV-1 foi o mais predominante até 2018 e voltou a prevalecer a partir de 2021. Nesse período, o sorotipo DENV-2 apresentou-se em destaque nos anos de 2019 e 2020.

O DENV-3 foi tipificado pela última vez em 2016, mas apresentou-se novamente em 2023. Já o DENV-4 não foi detectado no Estado a partir de 2020.

Mosquito

O Aedes aegypti, principal transmissor da dengue, é menor do que os mosquitos comuns, medindo até 1 cm de comprimento, de cor preta com listras e manchas brancas no corpo e nas pernas. Suas asas são translúcidas e o ruído que produzem é praticamente inaudível para o ser humano. Possuem hábitos diurnos e sua saliva possui uma substância anestésica, que torna a picada quase indolor.

Os mosquitos machos se alimentam de seiva de plantas, enquanto as fêmeas se alimentam de sangue. Para que a transmissão da doença aconteça, é preciso que a fêmea do mosquito tenha sugado o sangue de alguém já doente com o vírus da dengue. Assim, apenas as fêmeas ficam infectadas, pois somente elas picam e transmitem a doença de alguém infectado para uma pessoa saudável.

O Aedes aegypti passa por quatro etapas até chegar à forma de mosquito: ovo, larva, pupa e forma adulta.

Em condições ambientais favoráveis, as fases de ovo à forma adulta podem ocorrer de 7 a 10 dias. Por isso, a eliminação de criadouros deve ser realizada pelo menos uma vez por semana para que o ciclo de vida do mosquito seja interrompido.

Em média, a fêmea chega a colocar aproximadamente 150 ovos do Aedes aegypti que podem sobreviver até 450 dias fora d’água. Como medem cerca de 0,4 mm, são difíceis de serem observados. Dessa forma, a eliminação dos criadouros deve ocorrer em todas as estações do ano!

O período do ano com maior transmissão da doença ocorre nos meses mais chuvosos de cada região, geralmente de novembro a maio. O acúmulo de água parada contribui para a proliferação do mosquito e, consequentemente, maior disseminação da doença.

Eliminar potenciais criadouros é a melhor contribuição possível para evitar epidemias de dengue. Ao acabar com os locais onde as fêmeas podem depositar seus ovos, freamos a reprodução do inseto e diminuímos o número de mosquitos.

O que são focos e criadouros?

Foco do mosquito é qualquer local com acúmulo de água onde a fêmea de Aedes aegypti pode depositar seus ovos. A partir do momento em que há a deposição dos ovos, permitindo o ciclo de desenvolvimento do mosquito, o foco se torna um criadouro.

A remoção dos focos e criadouros impede a reprodução do mosquito, dificultando a transmissão da doença e diminuindo o número de pessoas doentes.